El Tanque fuzila defesas rivais

Arquivo pessoal
Canoas/Gravataí/Cachoeirinha - Ele já viveu o sonho de ser um profissional da bola. Hoje, a realidade são os campos de várzea do Rio Grande dos Sul. Mas, o que Edinilson de Oliveira Dornelles nunca deixou de ser foi artilheiro. El Tanque, como é conhecido no meio futebolístico, acumula títulos pelas equipes que defende nos finais de semana e, em muitas vezes, também traz para casa o troféu de goleador.

Aos 30 anos, ele concilia a vida de boleiro com o emprego de técnico de produção, em uma empresa química de Nova Santa Rita, onde trabalha há quatro anos. Não por coincidência, desde esta época, a estabilidade de um emprego fixo aliada àquele troco que entra na várzea, fez com que Edinilson desistisse de jogar por equipes profissionais, que, em sua maioria, têm calendário de três meses.

Edinilson mora em Canoas, no bairro Guajuviras, com a esposa, Deisi, e o filho, Kaue. Mas, o roteiro do atleta inclui diversos municípios gaúchos, onde tem deixado um rastro de gols em cima dos adversários. “Hoje posso dizer que estou vivendo a melhor fase da minha vida, conseguindo conciliar meu trabalho com treinos e jogos aos finais de semana. Tenho uma vida estabilizada junto à minha família”, sintetiza o camisa 9.

TEMPORADA DE SUCESSO -
E a temporada 2018 tem sido fenomenal para El Tanque. Ele foi campeão municipal em Marques de Souza, com o EC Brasil, sendo também o craque da final após marcar dois gols. Foi artilheiro da competição, com dez gols em sete partidas. Já no município de Imigrante, Edenílson sagrou-se tetracampeão da Taça da Amizade com o Ecas, também anotando um gol na decisão.  

Nas cidades de Santa Cruz do Sul e Bom Princípio, o artilheiro atuou até as fases semifinais, mas teve de deixar as equipes por coincidência de datas onde foi campeão.

Na ativa em Canoas, Cachoeirinha, Gravataí...

A fome de bola de Edinilson é grande, tanto que, em muitas oportunidades, participou de competições de futebol 7 e futsal, em diversas cidades do Rio Grande do Sul. Mas, a quantidade de jogos fizeram com que ele decidisse atuar somente no campo. “Meus joelhos não suportam mais salão e 7”, comenta o jogador.

Em Canoas, Edinilson tem jogado pelo Mathias United, onde foi 3º colocado na Taça Metropolitana e deverá jogar a Copa Metropolitana. Em Cachoeirinha, foi campeão Municipal da Limudes pelo Cohab e, este ano, jogará novamente. E, em Gravataí, o atacante foi vice-campeão pelo Três Estrelas, em 2017, clube que defende este ano, mais uma vez.

Já contamos nesta matéria das conquistas de 2018 do El Tanque, nas cidades de Marques de Souza e Imigrante. Nesta última, o jogador é ídolo. Tanta idolatria fez Edinilson tatuar na perna um dos mais recentes títulos: o tetracampeonato da Taça da Amizade, pelo Ecas.

Mas, ele vai além. Do ano passado para cá, tem títulos também com São Roque (Arvorezinha) e Vila Nova (Soledade).

Boas passagens no profissional

Luciano Gasparini | Arquivo
A desistência de atuar profissionalmente veio ainda muito jovem, em 2009, após a falência do Sport Club Ulbra - que se tornou Universidad Sport Club e, depois, Canoas. Edinilson recém havia participado de sua primeira competição. “Acabei me desanimando, casei e decidi largar a bola. Então, passei a atuar por equipes amadoras, onde me destaquei”, lembra.

No final de 2013, recebeu proposta para voltar a atuar entre os profissionais. Fez teste no Cruzeiro, passou e atuou no Gauchão daquela temporada.

No ano seguinte, 2014, Edinilson viveu sua última temporada no futebol profissional. Ele defendeu as cores do Canoas Sport Club, na Divisão de Acesso do Campeonato Gaúcho, marcando dois gols importantes, que não evitaram o rebaixamento da equipe. Com o desmanche, o centroavante resolveu parar de vez. Assim, Ulbra, Cruzeiro e Canoas foram os únicos clubes profissionais defendidos pelo jogador, que conheceu a dura realidade de ser um atleta profissional no Brasil.

"Recebi propostas para voltar o futebol profissional este ano, em virtude da boa fase que estou vivendo, marcando muitos gols. Mas, financeiramente, não vale a pena. Ganho muito mais jogando na várzea, conciliando com o meu emprego em Nova Santa Rita."

EDINILSON,
Atleta conta que teve propostas de Lajeadense e Guarani de Venâncio Aires.

JÁ FOI NOTÍCIA

No dia 9 de maio de 2015, o Diário de Canoas publicada o último capítulo da série Boleiros, que contava a história de jogadores que sonhavam em brilhar nos campos do mundo. Naquela edição, Edinilson e Paulo Matheus - outro atleta de destaque no cenário estadual - contavam os motivos de largarem o profissionalismo para se dedicarem á outras profissões, conciliando-as com os jogos de várzea, futebol 7 e futsal. À época, Edinilson contou que iniciou no futebol aos 13 anos, na base do Cerâmica, em Gravataí. “No Inter, não fui muito aproveitado e fui direto para o Grêmio”, comentou. Depois, chegou ao São José, onde foi semifinalista de um Gauchão Sub-20. Na Ulbra, assinou seu primeiro contrato profissional.

Família sempre apoiando

Conquista em Marques de Souza

Ídolo em Imigrante, pelo Ecas

Taça eternizada na pele

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