"Um soldado a serviço do Grêmio”

Cônsul honorário em Canoas, Irno Bordignon conta sua história de amor ao clube


Foto: Djalma Júnior-Especial/GES
MORENO CARVALHO

Canoas - Nascido em Guaporé, Irno Bordignon veio morar em Canoas em 1967, quanto tinha 17 anos de idade. Hoje, aos 63 anos, casado, pai de dois filhos e avô de um neto, o cônsul honorário do Grêmio fala com prazer de dois dos seus amores, o clube que escolheu para torcer e a cidade que adotou para viver. “É um lugar maravilhoso onde cresci profissionalmente e constituí família. Foi aqui que minha paixão pelo Tricolor aumentou”, comenta. Irno e toda sua família vivem até hoje na mesma chácara no bairro Mato Grande. Ele, que também é conselheiro do Imortal, se orgulha de Canoas ser a cidade com o segundo maior número de associados. “Perdemos apenas para Porto Alegre”, ressalta. Segundo ele o número chega a 3.500. “Torcer pelo Grêmio é um estado de espírito”, resume o seu amor.

Diário de Canoas - Como e quando você ingressou no Consulado do Grêmio?

Irno Bordignon - Comecei minha vida no Grêmio em 1983, como sócio. Desde lá participei intensamente das decisões que são tomadas no clube. Em 1998 fui eleito cônsul e formamos uma equipe de trabalho que me rendeu, em 2001, o título de Cônsul Destaque, entre todos os consulados do clube no mundo. Em 1999 e 2000 fui assessor do Departamento Consular, continuando em 2001 e 2002, à convite do ex-presidente Hélio Dourado. Foi aí que nosso consulado arrecadou recursos para construir o 'Passeio Canoas', situado entre o portão de acesso ao Olímpico até o bar no pátio do estádio, onde constam todos os títulos do clube. Em 2003 fui convidado pelo presidente Flávio Obino para ser diretor do departamento, permanecendo nas gestões de Paulo Odone, entre 2005 e 2008. Em 2009 deixei de ser cônsul e passei a cônsul honorário. Entre 2011 e 2012 fui vice-presidente da Grêmio Empreendimentos, que cuida da Arena, trabalhando com os associados do interior.

Diário de Canoas - Existem ações voltadas à captação de associados em Canoas?

Irno Bordignon - Como cônsul honorário faço parte do consulado, seja qual for a diretoria. Cada administração tem sua forma de trabalhar, então estamos aguardando para saber as ações que iremos tomar, pois elas estão sempre de acordo com o que a diretoria do Grêmio pensa, fazendo um trabalho que visa a grandeza do clube. Se não contarmos Porto Alegre, somos a cidade do estado com o maior número de sócios e maior colégio eleitoral do último pleito para presidente.

Diário de Canoas - O que o consulado faz para divulgar o clube?
Irno Bordignon - Realizamos diversas ações como a participação ininterrupta no 'Diário do seu bairro', desde 1998. O grupo que está à frente do consulado se altera, mas a base é sólida. Também trabalhamos no auxílio à pessoas com deficiência, fazendo rifas para ajudar os mais necessitados, como no caso de uma menina que precisava de uma perna mecânica. Contudo, tudo o que fazemos não visa retorno algum, pois nossa satisfação é sempre ajudar de alguma forma.

Diário de Canoas - Qual a expectativa da transição do Olímpico para a Arena?

Irno Bordignon - É uma situação nova. Participei até o último momento da transição e auxiliei gremistas do interior como membro da Grêmio Empreendimentos. Tive a função de fazer o meio de campo, para que estes torcedores não precisassem vir até Porto Alegre para realizar a migração do Olímpico para a Arena. Depois levamos o ônibus com a maquete do novo estádio e foi uma satisfação em ver o brilho no olhar de gente que jamais imaginou que o Grêmio fosse ter uma Arena. A nova casa é fantástica, mas o poder público precisa se agilizar quanto ao entorno. Sinceramente, a ficha ainda não caiu. Deve cair apenas quando o Olímpico for demolido. Assim como na época da Baixada, será triste, mas necessário, pois não teremos problemas com estádio nos próximos 50 anos.

Diário de Canoas - Qual a vitória que mais marcou? E a derrota que mais doeu?

Irno Bordignon - São várias as vitórias, mas três delas são inesquecíveis. Lembro da final da Libertadores de 1983, quando entrei no estádio às 15h30 e o jogo só começaria seis horas depois, para garantir um bom lugar. A Copa do Brasil de 2001, quando levamos um bandeirão do consulado, e estávamos no Morumbi entre 5 mil torcedores, contra 60 mil corintianos, foi sensacional. E, claro, a famosa Batalha dos Aflitos, em Recife, marcou demais pela forma que foi o jogo e a conquista. As derrotas prefiro esquecer, desligo o rádio e deixo de ler jornais por dois dias. Mas se tiver que escolher uma, fico com a Batalha de La Plata, em 1983, quando cedemos um empate na Argentina contra um time que tinha apenas sete jogadores em campo.

Diário de Canoas - O que esperar do Grêmio em 2013? O time passa pela LDU? 

Irno Bordignon - A gente que é torcedor quer a vitória sempre. O Grêmio jogou bem lá fora e o resultado é reversível, com 50 mil torcedores iremos reverter. A partir daí temos uma nova administração, o Koff é uma 'raposa velha', está montando um grande time, preenchendo lacunas. Queremos chegar no fim do ano disputando títulos. É prematuro fazer projeções, mas o importante é sempre chegar, gosto de tumulto, casa cheia. Ganhar ou não é detalhe. São muitos clubes e só um pode sair com a taça.

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