Hierro Martins fala sobre as brigas no Beira-Rio



Hierro Martins, líder da torcida Guarda Popular do Internacional, concedeu uma entrevista falando sobre todas as notícias, envolvendo as brigas e dinheiros que a torcida do colorado arrecada Veja a entrevista abaixo, publicada no blog Torcida Show.

(P) - Você teme condenação?
Hierro - Sei que uma condenação eu terei, eu mereço, participei de uma briga (no jogo de despedida do Ex-atacante Fabiano Souza). Mas vou provar que não sou culpado das acusações.

(P) - Você já deve condenação?
Hierro - Devo ter 25,26 processos e uma condenação, por agressão leve dentro do estádio.

(P) - Por que houve a briga na despedida do ex-jogador Fabiano?
Hierro - Saímos do nosso setor em quatro pessoas para comprarmos duas, três caixas de cerveja. Quanto passamos pelo portão 4 vimos alguns deles em movimentação. Saíram correndo para dentro do estádio. Fomos atrás. Houve confusão generalizada. Participei as imagens são claras. Nos sentimos ameaçados e a nossa defesa foi o ataque.

(P) - Por Que é mais comum briga de torcidas do mesmo time?
Hierro - é disputa de poderio econômico, dinheiro,status,poder. Vem o lado maléfico.Tem poder, status,mas não consegue sair á noite, tem que escolher o lugar onde ir, tem que tomar precaução antes de sair de casa.

(P) - Poderio econômico?
Hierro - A gente gira com um patrimônio de R$ 25 mil reais por mês.E é um valor pequeno para o tamanho da nossa torcida (Estimada em 3 mil pessoas). Convivia com pessoas que estão no portão 4 (a Popular do Inter), que me esperavam ao final dos jogos para me pedir dinheiro. Um cara que não tem R$ 10 cresce o olho, mas temos gastos de R$ 27 mil a R$ 28 mil por jogo. Qualquer quantia para um cara assim faz crescer o olho.

(P) - De onde vem esse dinheiro?
Hierro - Da venda de produtos da torcida, de contribuições, e em alguns jogos de subsídios que a torcida recebe. Em alguns jogos fora de casa a direção banca 50% do ônibus e dá os ingressos. Isso começou na gestão do Vitório Píffero. Fazíamos esses subsídios virarem verbas. Disseram: " A gente está dando e vocês não podem repassar". Batemos pé: "se estão dando nós saberemos o que fazer. se não for assim não precisa dar". Então o inter pagava metade do ônibus e  vendíamos o resto das passagens. Quem que acompanhar o time tem que ter custo. Na final da Recopa, contra o independente, recebemos os ingressos. O inter pagou R$ 9 mil por um ônibus comum e contratamos mais dois, a R$ 12 mil reais cada. Bancamos a viagem com a venda dos assentos no ônibus.

(P) - Você recebe salário na Guarda Popular?
Hierro - Não tenho salário na guarda, é lenda. Não tenho despesas. Vou com tudo bancado pela torcida, não pago ingressos, nas caravanas minha comida é bancada pela torcida e tudo que consumo nas viagens vai para conta da torcida. Tenho um trabalho. Lido com comércio exterior. Não me sustendo com a torcida. Uso meu dinheiro para pagar alguma conta da Guarda, óbvio que ali na frente vou reaver.

(P) - Você anda com seguranças contratados?
Hierro - Algumas pessoas que andavam conosco tinham a função de nos proteger. Tenho muitos inimigos. Antes, eram só do grêmio. Depois, passaram a ser do Inter. A gente lida com uma quantia muito grande de dinheiro a cada jogo, sempre tive quatro, cinco, seis pessoas me cuidando. Não posso andar com uma quantia muito grande de dinheiro e desprotegido. Essas pessoas eram contratadas, depois, se tornaram parte da torcida e começaram a ter regalias como eu. Passaram a participar sem despesas e a me dar proteção.

(P) - E você guardava esse dinheiro em casa?
Hierro - Eu saía quase sem dinheiro do estádio por que começava a pagar os fornecedores lá mesmo: músicos contratados, Compra de material e manutenção de instrumentos.

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