Geral proibida de entrar no Olimpico por tempo indeterminado, afirma juiz

O Gre-Nal vencido pelo Grêmio neste domingo também foi marcado pelo enfrentamento entre torcedores, dentro e fora do Olímpico. Desde o período do jogo até a noite, pelo menos 20 pessoas foram detidas pela Brigada Militar e encaminhadas ao Juizado Especial Criminal (Jecrim), no estádio.


Uma facção de torcedores invadiu uma casa usada como ponto de encontro de outra

No final da noite, o juiz titular do Jecrim, Marco Aurélio Martins Xavier, informou que todos os integrantes da Geral do Grêmio estão impedidos de ingressar no Estádio Olímpico por tempo indeterminado. A medida vale até os desdobramentos de uma representação que o Ministério Público Estadual deverá apresentar à Justiça nos próximos dias. Para as pessoas identificadas, o juiz aplicou termos circunstanciados, exceto para os reincidentes em brigas, que deverão ser processados.

O episódio mais grave aconteceu por volta das 19h30min, quando um grupo da Geral invadiu o Jecrim na intenção de libertar os companheiros detidos. Os invasores também acabaram detidos. Antes, eles teriam participado de uma briga contra integrantes da Velha Escola e da Máfia, na avenida Carlos Barbosa.

Segundo o capitão do BOE, José Antônio Aguiar, várias brigas ocorreram entre torcedores do Grêmio. “Numa delas, uma residência foi invadida, dois veículos danificados e resultou na detenção de torcedores. Ocorreram disparos de arma. Não sabemos precisar quantos”, relatou. Ninguém ficou ferido com gravidade.

Estudante de Direito de 22 anos, que não quis se identificar, disse que integrantes de uma facção gremista rival entraram na casa, desferiram pauladas e pedradas e dispararam foguetes. "A gente não sabe se foi só foguete ou teve tiro. Nós, gurias, entramos no banheiro para nos protegermos e de lá chamamos a Brigada Militar por telefone".

O imóvel invadido é usado como habitação, sede de uma empresa, estacionamento em dias de jogo e ponto de encontro para torcedores. "Meu filho de 15 anos estava sozinho em casa. Tenho uma filha que acho que nunca vou levar ao estádio", disse Sandro Renato Nunes de Souza, 37 anos, dono da casa.

"Eu também não sei se volto. Fazia meses que não vinha ao estádio. Quando venho, acontece isso", lamenta o vendedor José Cavalheiro Júnior, 30 anos, proprietário do Celta que teve vidros quebrados e lataria amassada no confronto na avenida Carlos Barbosa.

"A direção do Grêmio precisa tomar uma atitude, senão essas coisas não vão parar de acontecer", pede Marçal dos Santos, vítima de um tiro em uma briga semelhante ocorrida em outubro de 2008 depois de uma partida entre Grêmio e Coritiba, no estádio Olímpico. Ele foi baleado no peito, hospitalizado e se recuperou. Outro jovem, atingido por um tiro na cabeça, carrega sequelas da violência no futebol.

Fonte: Correio do Povo