A popularização generalizada de um estilo de torcer

Barras conquistaram torcedores anônimos
Em 2001, o Rio Grande do Sul passou a conhecer um novo estilo de torcer. Novo para os brasileiros, acostumados com as tradicionais torcidas organizadas. Para os gaúchos, nem tanto,  pois o movimento nascia da influência vinda de países vizinhos, berços das barras bravas, fundadas no início do século passado. A Geral do Grêmio, que no início era chamada de "Alma Castelhana", principalmente pela imprensa, não demorou para se tornar a maior expressão gremista no que diz respeito à torcidas.


Três anos depois, o lado vermelho percebeu que tinha de reagir ao fenômeno tricolor. Após algumas "crises de identidade", finalmente, conseguiu equiparar-se ao rival quanto ao número de integrantes, materiais e, principalmente, popularidade entre os torcedores "comuns", aqueles que frequentam outros locais do estádio ou, até mesmo, nem comparecem aos eventos esportivos.

É desses comuns a que me refiro, quando falo em "popularização generalizada", fazendo até um trocadilho com o nome das barras da dupla Gre-Nal. 

Muito se discute - mais no meio do que na imprensa, diga-se de passagem - o financiamento destas torcidas, mas o assunto gera uma polêmica à qual não é o objetivo deste humilde artigo. A razão que o motivou foi banal e poderia ter sido escrita por qualquer um, muito antes de 2011 (penso que até 2009 as barras eram ainda mais influentes entre os admiradores de Grêmio e Internacional).

Esta semana, passei por duas situações que, sem perceber, já se tornaram comuns, mas merecem destaque exatamente pela simplicidade que as cerca.

Fato I 

Ao passar por uma obra, em um lugar onde pouca gente frequenta o estádio, avistei um humilde pedreiro usando um boné da Popular do Inter, com a descrição "Portão 7", uma marca da torcida. Perguntado se costumava ir ao Beira-Rio, o mesmo disse que raramente, somente em ocasiões excepcionais.

Fato II

Durante uma reunião de políticos, um engravatado assessor de deputado, no alto de sua postura parlamentar, é surpreendido com o toque altíssimo de seu celular. Para o espanto dos demais presentes, a música entoada à todo volume dizia "somos da banda mais louca, a banda louca da Geral...". Todos riram e, para comprovar a tese de popularidade, demonstraram conhecimento, tanto que outro até continuou o refrão.

O desafio

Resta, agora, um grande desafio aos "administradores" destas barras, para que as mesmas não terminem, como terminaram algumas organizadas e decaíram outras. No meio, o que se diz é que as "TO's" que faliram tiveram a ganância e a falta de competência de seus diretores como fator crucial para o fim. Portanto, estes devem ter a consciência de que têm, em suas mãos, movimentos que lidam com muito mais gente do que eles imaginam, gente que sequer vai ao estádio, pedreiros e empresários. Chegar ao topo muitos chegaram, permanecer lá, depende da atitude e ideologia de cada um.

Aos que administram as resistentes torcidas organizadas, resta buscar o caminho correto, tendo como base os bons e maus exemplos do passado, e investir naqueles que tem o espírito de "T.O", pois contar com estes "anônimos" que Geral e Popular contagiam, é tarefa praticamente impossível. O certo é que cada estilo tem seu espaço e cabe a cada um escolher o seu.

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