Foto: Paulo Pires | GES |
A CBV exige dos clubes uma taxa de R$ 16 mil e um documento garantindo que os salários foram pagos, com as assinaturas de todos os atletas e da comissão técnica da temporada anterior. Essas assinaturas tornaram inviável a participação canoense. “A Apav (Associação dos Pais e Amigos do Vôlei) não estará na Superliga. Houve consenso da diretoria de que não podemos firmar novos compromissos sem quitar os anteriores”, afirmou Beltrame.
De acordo com o dirigente, o principal motivo para a tomada da decisão foi a suspensão dos pagamentos por parte da Prefeitura de Canoas. “Desde o início, sempre saudamos nossos compromissos. Segundo o Executivo, porém, um questionamento do Ministério Público travou os pagamentos”, explica.
Gustavo Endres conta que em 10 de abril foi suspenso o termo de fomento com a Prefeitura, aprovado seis dias antes. “Dos 11 meses de salários pagamos apenas três. Até 30 de julho esperamos pagar mais três ou quatro salários”.
O sentimento de dor de um campeão olímpico
Gustavo e Almir sublinham que não há qualquer pendência documental que impeça o repasse. “Montamos o elenco baseado no acordado: R$ 990 mil para 2017/18, valor 30% inferior aos dos anos anteriores. Depois, foi exigida aprovação na Câmara de Vereadores, e a verba diminuiu (os parlamentares aprovaram repasse de R$ 540 mil pela Lei nº 6151). Até agora, recebemos apenas R$ 180 mil”, aponta Endres. Fornecedores de água, gelo, transporte e hotéis estão na lista de credores. O débito do clube gira em torno de R$ 1 milhão.
Campeão olímpico com a seleção brasileira, Endres lamenta que o Estado perca sua única equipe na elite. “Depois de nós, vieram mais dois times, que já fecharam (Voleisul e Bento Vôlei). Chegamos longe com uma equipe mais barata, mesmo com salários atrasados. E, mesmo assim, não temos apoio do empresário gaúcho. Cadê as parcerias? Tivemos gerações de jogadores campeões. Será que teremos mais daqui há alguns anos, sem equipes na Superliga?”, questiona Endres. Ele ressalta os apoios: Universidade La Salle, Lebes, Panfácil e Gedore. “Estiveram conosco”.
“Estamos tão chateados quanto eles”, diz secretário
Foto: Arquivo pessoal |
“Nosso prefeito, Busato, gosta muito do time. Afinal, o projeto Talentos do Esporte (lançado ontem à noite) é um degrau abaixo de o que eles representam”, ressalta Roberto Tietz. Segundo ele, o MP questiona se a atividade do Vôlei é profissional. “Apoiamos todos os clubes, entidades e ligas da cidade de diversas formas, mas decidir se são equipes profissionais não é nossa função”, completa.
“É uma perda para a cidade. Lamentamos, mas precisamos obedecer as regras e, por isso, suspendemos os pagamentos”.
A reportagem tentou contato com o MP, mas não obteve retorno.
Equipe deve voltar à disputa da "B"
Foto: Jefferson Bernardes | CBV - Arquivo |
A Apav foi criada em 2009, e o Vôlei Canoas disputou sua primeira Superliga B em 2012, quando foi campeão, garantindo acesso à elite. Depois, foram seis disputas consecutivas na primeira divisão. Foram cinco idas aos playoffs (2012/13, 2013/14, 2014/15, 2016/17 e 2017/18) e apenas uma eliminação na fase classificatória (2015/16).
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