Ela quer sempre mais

Imagine correr 132km, sem parar, por 21 horas consecutivas. Some a isso, as dificuldades impostas por terrenos montanhosos e trechos onde só é possível superar escalando. Para a ultramaratonista Angela Sturzbecher, isso ainda não é o bastante. Tanto que, após ser a única mulher a completar a APTR Ultra de Videiras, no final de abril, na região serrana do Rio de Janeiro, a canoense está a pouco mais de um mês da UAI - Ultra dos Anjos Internacional. A prova, que ocorrerá em Minas Gerais, terá 235 km.

“A prova do Rio de Janeiro foi preparatória à de 30 de junho, em Minas. Felizmente, deu tudo certo”, conta Angela. E ela foi bem demais. Para se ter uma ideia, 35 atletas largaram, sendo quatro mulheres. A canoense foi uma das 17 pessoas que completou a prova, a única no naipe feminino. A largada ocorreu às 22 horas de 28 de abril e terminou quase às 21 horas de 29 de abril.

PREPARAÇÃO - A preparação para a prova de Minas Gerais começou há praticamente um ano. A maior dificuldade em relação à primeira prova será a segunda noite sem dormir, já que a corrida deverá durar 48 horas. “Estou passando por um período de treinamento de base, correndo 170km por semana. Faço drenagem linfática para eliminar toxinas e fisioterapia constante a fim de evitar lesões”, destaca.

Os treinos acontecem no interior do Estado e duram até oito horas seguidas. E a ordem do treinador é clara. “Onde dá para correr, corre”, brinca a atleta de 35 anos, que há cinco treina com equipe multidiscilplinar.

SUPERANDO LIMITES
Trechos onde é impossível correr, como o da foto acima, são normais em provas deste tipo. Para suportar os 132 km do Rio, Sturzbecher usou uma mochila-colete, com líquidos, comida e suplementos. Também contou com pontos de hidratação a cada 20 quilômetros. A comida é pouca, somente o necessário. Batata cozida e salame, em saquinhos, são ingeridos durante a corrida. Mas, a base é a suplementação, sólida e em gel.


ACUMULANDO PONTOS
Praticante de diversas modalidades desde cedo, Angela passou a focar nas corridas e tem colhido os frutos. Hoje, vive disso. Em 2015, correu 100 km em Santa Catarina e, 2016, 105 km no Paraná. Depois de superar os 132 km do Rio e dos iminentes 235 km em Minas Gerais, pretende acumular mais pontos no ITRA, órgão internacional que avalia as participações de ultramaratonistas. Com isso, quer entrar na seleção brasileira e correr no exterior.

Fotos: Divulgação

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