Enfim, vai ter campo

A discussão começou em janeiro e se arrastou por mais de três meses, mas a questão do campo de futebol no bairro Igara terminou com final feliz. Depois de 37 anos batalhando por um terreno para a construção de uma sede esportiva, o Grêmio São Cristóvão finalmente poderá colocar as máquinas para funcionar e dar início às obras – recentemente interrompidas em uma área cedida ao clube.

Desde 2006, já foram quatro cessões de áreas públicas – concedidas pela Prefeitura em diferentes administrações – e todas revogadas por reivindicações da comunidade de entorno. “Este é um momento de muita comemoração porque estamos realizando um sonho muito antigo, que acabou acontecendo de uma forma melhor e mais ampla do que imaginávamos”, festeja o presidente do clube, Ernani do Amaral.

O tema ficou a cargos dos secretários de Relações Institucionais, Airton Souza, e Esporte, Roberto Tietz, que fizeram uma reavaliação do empreendimento.

Área será compartilhada 

Em busca de soluções, outra área – desta vez no bairro São Luiz – foi encaminhada à Procuradoria-Geral do Município para avaliação legal e cedida oficialmente ao clube nesta semana. “Depois de analisarmos dois possíveis terrenos, encontramos uma parceria para o São Cristóvão, que irá compartilhar a área pública onde está instalado outro clube de futebol, o Ajax”, explica Airton Souza. “Este é um modelo exemplar de cedência compartilhada, que só vai enriquecer as atividades esportivas e de lazer nesta região – algo que queremos levar para outras instituições da cidade”, completa Roberto Tietz.

? Entenda o caso 

Beneficiado pelo Projeto Bairro Melhor, onde o contribuinte poderia destinar até 50% do valor do IPTU, pago em cota única, para obras e projetos da comunidade canoense, o Grêmio São Cristóvão deveria receber um campo de futebol no bairro Igara.

No entanto, alguns moradores são contrários à obra e se mobilizam para paralisá-la. A partir daí, foram realizadas reuniões entre representantes da Prefeitura, São Cristóvão e moradores do Igara II. A obra foi suspensa neste período.

População satisfeita

Segundo Madalena Behenck, proprietária de uma das casas da antiga área onde seria erguido o campo do São Cristóvão, os moradores também estão felizes. Ela foi uma das pessoas que batalharam para impedir que a obra continuasse no Residencial dos Jardins. “Não temos nada contra o clube ou o futebol, pois eles foram lesados assim como nós, que compramos imóveis no condomínio com a proposta de ter uma praça naquele local”, afirma. “Ao mesmo tempo, eles [o clube] tinham a promessa da administração anterior de que fariam o campo ali, mas a gestão passada nunca nos consultou sobre isso. Agora estamos satisfeitos porque vão nos devolver a praça que foi planejada com o empreendimento”.

Já foi notícia 

O assunto foi tema de matérias do Diário de Canoas três dias seguidos: 25, 26 e 27 de janeiro. Na época, moradores reclamavam que as obras do campo acabaram com ninhos de animais e árvores. O clube, através de seu presidente, discordava e dizia que todos seriam beneficiados. A Prefeitura se comprometeu em resolver.

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