Jardine fala sobre sua saída do Grêmio

Enquanto aguarda e analisa propostas para decidir sobre o próprio futuro profissional, nesta semana que antecede a virada de ano o treinador André Jardine atendeu convites para comparecer a duas emissoras de rádio de Porto Alegre. Nos dias 24 e 28, Jardine esteve nos estúdios da Gaúcha e da Grenal, respectivamente, onde expôs suas ideias e experiências a respeito de futebol, especialmente destes últimos 15 meses como profissional do Grêmio FBPA.

Em conversa com o apresentador Rafael Colling, Jardine fez um breve balanço sobre o seu próprio desempenho no ano de 2014, falou sobre as categorias de base da Dupla Gre-nal, opinou a respeito da dificuldade dos técnicos jovens receberem oportunidade neste mercado restrito de treinadores e contou, detalhadamente, sobre a experiência de ter comandado o time profissional do Grêmio na partida contra o Vitória.

Abaixo você confere alguns trechos


RÁDIO GAÚCHA – PROGRAMA ESPORTE & CIA – 24/12/2014 (quarta-feira) 

Clique aqui para ouvir o áudio completo com 50min56seg.

- Quando surgiu a oportunidade de ser treinador do grupo profissional do Grêmio eu tentei colocar um pouco daquilo que acredito sobre futebol. É pouco tempo, mas eu fui ousado, não pequei pela omissão. Saí daqui (de Porto Alegre) dizendo que íamos enfrentar o Vitória sem chutões, valorizando a posse de bola…É assim que eu gosto que minhas equipes atuem… 

- Eu não tenho a experiência do vestiário profissional. Mas eu carrego comigo a experiência de quem desde os 20 anos é treinador e está acostumado a conquistar as pessoas. O verdadeiro líder é aquele que conquista as pessoas e não impõe, faz as pessoas acreditarem que aquele é o caminho. A imposição no meu caso que não fui jogador precisa ser pela competência daquilo que se faz. Eu preciso, no treino, mostrar que sei o que estou fazendo, que eles podem aprender com o que estou mostrando… 

- Foi um ano muito marcante para mim. Reconduzimos a base do Grêmio a um patamar importante em termos regionais. Reconquistamos o Estadual de Juniores, algo que não acontecia havia sete anos, culminando com a oportunidade de dirigir, ainda que interinamente, o time profissional do Grêmio… 

RÁDIO GRENAL – PROGRAMA DUPLA EM REVISTA – 28/12/2014 (domingo)

Num bate-papo de quase uma hora com o jornalista Darci Filho, o técnico André Jardine contou um pouco da trajetória profissional, traçou comparativos entre as categorias de base de Grêmio e Internacional, já que trabalhou em ambas, trouxe dados importantes que fizeram com que o Grêmio tenha revertido a gangorra regional, com o Tricolor vencendo o Estadual praticamente em todas as categorias.

Confira algumas passagens durante a entrevista:

Clique aqui para ouvir o áudio completo com 57min20seg.

- Há 14 anos que estou trabalhando com categorias de base e neste período o Inter sempre dominou o Grêmio. Em 2006, o Inter venceu o Estadual em todas as categorias, da sub-10 a sub-20. Em 2014, o Grêmio inverteu a gangorra. É o primeiro ano neste período que o Inter não venceu nenhuma… 

- A maior diferença entre o Grêmio e o Inter é a continuidade…O Inter tem uma filosofia de continuidade. Mesmo a oposição vencendo, as pessoas não mudam…O Grêmio troca o comando da base a cada dois anos…Mesmo que as pessoas tenham qualidade, elas precisam de no mínimo um ano para tomar conhecimento dos atletas em situação de treino, de jogo, sob pressão… 

- Ter um auxiliar permanente era um projeto que o Rui Costa tinha. Esta era a ideia. Mas a partir do momento que o (Luiz) Felipe chegou com dois auxiliares, o que não era esperado. Ao mesmo tempo o Raul Cabral foi contratado para me substituir no sub-20…Desde o início deixei claro que ser era para ficar colocando e juntando cones, não servia. Eu queria participar da escalação, dar ideia, dar minha opinião, então até pela minha personalidade de treinador, perdi espaço… 

- O Guardiola é o profissional que eu me inspiro. Está muitos passos à frente dos outros. Atualmente é o melhor, talvez o melhor de todos os tempos. Eu pertenço a esta escola de treinadores, a que gosta do jogo ofensivo. Eu gosto de ver as minhas equipes jogando com a bola o tempo todo, sendo protagonista…Às vezes, ter a bola, é também uma maneira de se defender, não se corre riscos. O fato de se ter a bola é muitas vezes a garantia de ter também o placar. Nem sempre é assim, mas na maioria das vezes é…

Crédito da foto: Rádio Gaúcha | Divulgação

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