CABRAL provou que, para ser isento, não é necessário esconder o time do coração |
Sua experiência no meio político do futebol fez os ouvintes o admirarem por suas opiniões fortes e lúcidas, misturadas a informações que nenhum repórter poderia passar. Cabral era o contraponto do oba-oba, uma ideia sempre imparcial, mesmo com seu coloradismo declarado.
Conseguiu ser muito mais isento do que jornalistas cujo clube do coração ninguém desconfia qual é. Sempre objetivo, sem meias palavras e admitindo quando, raramente, errava em alguma avaliação. Tinha a humildade de mudar de opinião.
Enfim, desde os 15 anos de idade, quando passei a acompanhar diariamente a Rádio Bandeirantes, aprendi a admirar Cabral e a fazer rirem comigo meus familiares que, assim como eu, se divertiam com as tiradas mágicas do cronista.
Para exemplificar estes momentos, relembro alguns:
Durante a cotação de um jogo entre Inter e Fortaleza, pela Copa do Brasil, onde o colorado saiu derrotado, ao ser perguntado sobre a nota do lateral Denílson, do Inter, Cabral foi enfático:
"MENOS UM (-1)! Não jogou nada e ainda foi expulso".
Em outros momentos, quando da má atuação de algum jogador:
"VAI LEVAR UM (1) PORQUE FARDOU!".
E nas tantas vezes em que a mídia endeusava um jogador e ele magistralmente dizia:
"ESSE AÍ É JOSÉ INÁCIO", dando a entender que se tratava de um vigarista da bola.
OREMOS pelo MESTRE.
FALEI E ASSINO EMBAIXO.
O Mestre foi um oásis de inteligência na crônica esportiva. Sua lucidez e conhecimento futebolístico jamais serão superados. Quando todos estavam apalermados com os acontecimentos, o Mestre dissecava a realidade com precisão cirúrgica e expunha a todos o que afinal estava acontecendo com o time em questão.
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