Envolvidos em briga no Beira Rio são indiciados

O cerco à violência no futebol avançou ontem dois passos: a Polícia Civil indiciou Jorge Roberto Gomes Martins, o Hierro, líder da Guarda Popular, do Inter, por tentativa de homicídio e formação de quadrilha, em decorrência de tumultos ocorridos no início de dezembro no Beira-Rio. O inquérito encaminhado à Justiça pede que o torcedor fique um ano sem frequentar estádios de Porto Alegre.

Mais: nos bastidores do clube está sendo preparada uma reunião na próxima semana que pode decidir pela sua exclusão do quadro social. Pelo inquérito, Hierro tem de se manter longe do Beira-Rio no mesmo período e se apresentar a uma delegacia na hora de jogos do Inter em casa.

— Lamentavelmente, ocorreram estes fatos e o clube não pode se calar. Consultarei o nosso departamento jurídico para analisar quais são as medidas internas cabíveis — afirmou o presidente do Inter, Giovanni Luigi.

Além de Hierro, Ranieri Tafernaberri Cardozo, conhecido como Maninho, também foi indiciado pelos mesmos motivos.

Um terceiro envolvido, Rodrigo César Candria Borges, o Bodão, foi indiciado por formação de quadrilha. Em caso de punição na Justiça, os torcedores podem ser condenados à prisão.

Os três se envolveram em brigas no amistoso de despedida de Fabiano, em 7 de dezembro, no Beira-Rio. No dia seguinte aos incidentes, o Inter decidiu excluir a Guarda Popular e a sua dissidência, a Popular do Inter, de seus quadros, retirando-lhes regalias como salas no complexo Beira-Rio para guardar equipamentos e instrumentos, além de ingressar no estádio em dias de jogos antes da abertura dos portões e utilizar faixas e trapos nas arquibancadas.

Hierro só falará diante da presença de advogados
O inquérito foi comandado pela titular da 20ª DP, delegada Sílvia Regina Coccaro de Souza. Segundo a delegada, além das imagens das câmeras de segurança do estádio, mais de 20 depoimentos foram tomados para a conclusão da investigação.

— A briga teve origem no Twitter, depois que uma adolescente passou a criticar o Hierro. Ele disse que ela deveria parar de dar opiniões no Twitter e, na noite do jogo, foi atrás dela. Tentou atingi-la com um estilete e o rapaz, que tentou defendê-la, foi cortado — contou a delegada Sílvia Regina. — Havia muitas crianças naquele jogo.

Procurado por ZH, Hierro prometeu pronunciar-se na presença de advogados. Os demais não foram localizados.

O Inter, que colaborou com a investigação encaminhando aos policiais as gravações das câmeras de segurança, irá aguardar uma decisão judicial. Antes, tomará algumas providências.

— Ainda analisaremos quais medidas serão tomadas. Mas deverá ocorrer a exclusão do quadro social — disse o diretor geral de torcidas organizadas, delegado Luís Fernando Martins Oliveira.


Veja o vídeo da briga:



Fontes: ZH e CP

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