Voz da Arquibancada: Penya Bou

Poucos, mas fiéis
As torcidas organizadas do Brasil estariam em risco de extinção caso apoiassem, por exemplo, o Barcelona (ESP). O clube catalão é um dos exemplos na Espanha de relação com os fãs - modelo que passa longe do adotado em terras tupiniquins.

Curiosamente, as diferenças parecem mínimas quando vistas as arquibancadas: em ambos os casos há cantos de apoio, empolgação e - por quê não? - algumas cornetadas. Aparentemente, tudo de acordo com que acontece no Brasil.

No entanto, a diferença está na forma como clube e torcidas se relacionam. No Brasil, grandes grupos organizados são recompensados com milhares de ingressos ao longo do ano, além de outros benefícios, que incluem até conversas com o elenco.

O Barça tem outra visão. Ao invés de estimular a criação de grandes organizadas, valoriza as pequenas, chamadas de penyas. O resultado são centenas de grupos que defendem interesses específicos e, paralelamente, se unem para apoiar o clube.

- Todas as penyas cantam juntas no Camp Nou. Não é como no Brasil, que tem uma torcida maior comandando as outras. Em Barcelona, são centenas de penyas. As maiores tem 60 ou 70 pessoas - explicou Sergi Esteban, presidente da Penya Bou.

Além de evitar brigas internas entre torcidas, o clube consegue identificar seus fãs. Todas as penyas e seus mebros são registrados. Somente assim conseguem espaço no estádio. Em troca, possuem vantagens como a preferência na aquisição de ingressos.

Na prática, o resultado é uma torcida que, enquanto se manifesta livremente em relação ao time, promove ações paralelas, que vão desde almoços de confraternização até ações sociais.

- Como há muitas penyas fora de Barcelona, elas tentam também fazer um trabalho social. Elas não se encontram no campo e se unem de outras maneiras - lembrou Sergi. 


Texto: Goal.com

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