A contraditória questão dos telões chega ao Olímpico

Torcedores conferem replay do pênalti

Os comentaristas da atualidade constantemente falam em “jogo do campo e jogo da tv”, insistindo que há uma grande diferença entre assistir ao jogo no estádio e ver pela televisão. Pois os torcedores gremistas tem há algum tempo a oportunidade de conciliar as duas versões. Depois de anos indo aos estádios da dupla, decidi que ontem acompanharia a partida entre Grêmio e Oriente Petrolero na arquibancada, posicionado paralelamente à metade do gramado. Não digo que me surpreendi ao ver os televisores de 32 polegadas fixados na marquise do estádio – em torno de quatro – ligados antes do jogo, pois já tinha percebido a presença deles anteriormente. No entanto, após acompanhar mais da metade da partida entre Leon e Junior de Barranquilha – cheguei três horas antes ao estádio – percebi que o canal foi trocado para o Sportv 2, que não transmitiria a partida.

Pensei então que a troca de canal se deu em virtude das regras da Fifa que, no Mundial da África, proibiu repetições após o lance polêmico que prejudicou a Inglaterra contra a Alemanha. Ou ainda pela antiga regra que diz ser proibida a reprodução do tempo de jogo em telões, com o objetivo de os torcedores não pressionarem o árbitro.

Mas, para minha surpresa, com cerca de 3 minutos de bola rolando os televisores voltaram ao canal 39 e passou a transmitir, ao vivo, a partida. E, como sabemos, todas as transmissões de hoje em dia contam com um “mini-placar” na tela, com o relógio indicando o tempo de jogo.

Árbitro se deu bem, mas se fosse lá?
O juiz da partida, Líber Prudente, teve os televisores como aliados na partida de ontem. Aos 20 minutos, Borges entrou área adentro a marcou o gol. A torcida vibrou, mas teve seu grito acuado com a anulação do tento. O árbitro marcou toque de mão do centroavante gremista, o que provocou os protestos da torcida. “Burro, burro!”, era o que se ouvia. Porém, segundos depois, veio a repetição e todos se calaram estarrecidos perante o acerto de Prudente, que assinalou a imprudência de Borges no lance.

Destaco o lance do número 9 tricolor pela relevância que o gol representa, porém houve diversas outras situações, como impedimentos bem marcados e lances de cartão onde, após o replay, os xingamentos deram lugar ao silêncio.

No pênalti marcado para o Grêmio, todos vibraram, mas após a repetição, sorrisos amarelos eram vistos nas arquibancadas quando da percepção da não existência da penalidade máxima.

A pergunta que fica é: e se o jogo fosse na Bolívia, como reagiriam os torcedores do Petrolero? Ou ainda: e se o pênalti marcado fosse contra o Grêmio, qual seria a reação dos gremistas? Fica aí a questão...

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